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  • Foto do escritorMila Oliveira

Talk: A trajetória de uma curiosa

Atualizado: 5 de dez. de 2022

Hoje refiz meu currículo e com isso precisei decidir o que colocar naquele espaço pequeno de folha branca e quais habilidades e experiências deixar de lado. O que para uma pessoa como eu (lê-se: viciada em validação acadêmica) é um tanto quanto desafiador.




"Ah, ela é assim, se um dia decidir que quer ser escoteira, ela vai comprar uma corda e aprender todos os nós em uma semana. Depois ela vai encanar com outra coisa e vai fazer isso muito bem até chegar o próximo assunto."

Desde que me entendo por gente me considero uma pessoa curiosa, alguns podem dizer que é culpa do TDAH, outros porque eu sou de determinado signo ou porque eu sou INTP (ou ENTP, nunca lembro), mas a única certeza que tenho é que se você colocar um assunto aleatório na minha frente eu vou querer saber mais.

Inclusive, uma vez ouvi um ex namorado me descrever como "Ah, ela é assim, se um dia decidir que quer ser escoteira, ela vai comprar uma corda e aprender todos os nós em uma semana. Depois ela vai encanar com outra coisa e vai fazer isso muito bem até chegar o próximo assunto.". E ironicamente, esse ciclo de aprender coisas novas, logo enjoar e querer passar para o próximo desafio é um dos únicos interesses que se mantêm desde que sou pequena, aprender sempre foi o foco, não importa o que.

Pensando nisso eu decidi escrever um post sobre os cursos que já fiz ao longo da minha vida e o porquê deles, alguns são super aleatórios, outros se conectam, mas todos foram importantes pra que hoje eu seja.... bom, eu.

Então vamos lá.


Informática:

Acho que o primeiro curso que eu fiz na minha vida foi o de informática. Ok, esse talvez seja roubar já que minha mãe era dona de uma escola de informática antes mesmo que eu nascesse então cresci vendo ela dar aula e ficava imitando os alunos no que eles faziam.

Nas minhas férias eu passava na casa do meu pai que, advinha o que ele também tinha? Isso mesmo, uma escola de informática. Basicamente passei toda a minha infância até uns 10 anos de idade em escolas de informática e vendo a evolução das tecnologias que apareciam. O que foi ótimo pra mim, eu vi o disquete mudando pra CD, CD mudando para pendrive e esse mudando para a nuvem. Vi internet discada, vi a evolução dos tipos de teclado e suas capas sumindo, as webcams surgindo e os gabinetes passarem de caixas plásticas cor de creme para metais abertos com fitas de led resfriados com água. Essa provavelmente é uma das melhores oportunidades que eu tive na minha vida, ver como as coisas evoluem e me apaixonar por elas.


Natação, Capoeira e Violino:

Não sei se esse tipo de curso é exatamente um curso, mas vou colocar aqui. Por mais que eu tenha a coordenação motora de uma porta, acho que seria pior se eu não tivesse feito esses cursos. Natação eu só fiz porque minha mãe tinha medo que eu tivesse algum acidente, o que graças a isso eu nunca tive, cai em algumas piscinas durante a minha vida e aqui estou eu. Capoeira entrou na minha vida porque eu queria fazer karatê, mas minha mãe queria que eu fizesse balé, no fim nos duas entramos em um acordo; uma dança que você consegue aprender a se proteger. E o violino eu ganhei um concurso na escola e decidi que iria fazer (descobri que odeio o som estridente do violino bem na minha orelha). Alguns anos depois eu vendi meu violino e comprei uma baixo irado.... nunca aprendi a tocar baixo… mas ele era irado!


Costura Artesanal:

Uma amiga minha tinha me falado de um curso super legal de costura que não precisava de máquina, fui com ela e meu.deus.do.céu que arrependimento, para chegar no lugar tinha que subir um morro IMENSO às 5h da manhã de um sábado. Não preciso nem dizer que vamos pular essa experiência já que eu só me dispus a ir em literalmente uma aula.


Edição de Vídeo VFX:

Provavelmente, o que eu tenho mais orgulho de ter feito. O ano era 2014 e eu estava no meu primeiro estágio, tinha uns 15 anos e juntava meu salário, que na época era uns R$ 678,00, para colocar em uma poupança da Caixa. Com aquela idade eu não tinha nenhuma expectativa sobre o que realmente queria profissionalmente, estava fazendo o ensino médio técnico em informática por influência dos meus pais e, sinceramente, odiando. Na verdade, eu fui até aquela escola para fazer aula de escultura, tinha acabado de começar a fazer cosplay e isso me ajudaria a montar alguns props, mas quando cheguei para ter minha aula descobri que minha matricula estava errada e fui parar na aula de edição de vídeo. Bom, no fim decidi ficar na aula e pra ser sincera, me ajuda até hoje conseguir trabalhar com edição e até pra fazer coisas para a faculdade.


Banho e Tosa:

Ter um diploma da “Faculdade PetShop” com certeza é a formação mais inusitada dessa lista. Em 2017 eu estava COMPLETAMENTE perdida, tinha acabado de trancar a faculdade de Design Gráfico no segundo semestre e, de novo, não sabia o que gostaria de fazer. A lógica foi: já que minha primeira ideia de faculdade foi fazer medicina veterinária, então se eu trabalhasse em um petshop poderia ver se eu gostava mesmo da área. No final passei a ter horror a petshop e nunca mais tive coragem de levar nenhum animal pra um estabelecimento desses de novo. Acontece.




Bom, provavelmente tive muitos outros cursos depois desses. Entrei pra faculdade de Design Gráfico aos 17 anos, mas depois de 2 semestres abandonei o curso, mas as aulas me ajudaram muito a ter uma noção estética das coisas ou a saber lidar com cores e proporções. Provavelmente seria uma faculdade que eu teria gostado de não tivesse sido em uma instituição tão cinzenta e careta. Depois fiz aulas de japonês e de libras com um professor surdo na UFMG. Bom, alguns anos depois, a família do meu namorado da época eram dentistas e tinham uma escola bem renomada de próteses dentárias e, de novo, advinha? Fiz o curso de próteses dentárias e até que eu era boa nisso, infelimente tive que parar o curso por causa de umas fatalidades de pessoas próximas. E por fim, me formei em Marketing Digital porque meus pais sentiam a necessidade que eu tivesse uma formação e era EAD então ficaria mais fácil de conciliar com a minha vida.


Trabalhando com marketing vi um curso de Storytelling para pessoas e empresas e outro de Branding em São Paulo, na época eu ainda morava em Belo Horizonte, mas decidi que seria uma boa faze-los. Era uma instituição boa e reconhecida, seria bom para o meu currículo. Como eu faria horas extras como uma doida naquela empresa, consegui combinar de faltar alguns dias para ir até SP, em troca, eu faria uma palestra para a empresa. Quase desisti e tentei negociar de todas as formas, não sou muito fan de falar em público, mas aquele curso…. Eu sentia que precisava fazer.


Bom, eu fiz, e provavelmente foi aí que começou mais um capítulo da minha vida. Conheci pessoas, ganhei contatos absurdamente importantes e, principalmente, conheci o lado que eu precisava conhecer de São Paulo, não o turístico que eu já conhecia. Eu conheci o lado profissional!


Algum tempo depois a pandemia veio, fui demitida como uma grande massa de pessoas, entrei em um loopping de dúvidas e incertezas de novo e por fim, decidi que era melhor tentar algo novo, de novo.


Como eu falei no post sobre um projeto meu ter aparecido na Vogue, vim pra SP e tentei vestibular para uma pós-graduação e uma graduação, o que eu passasse primeiro…. Faria.

Inesperadamente, passei em primeiro lugar nas duas e não deixei a oportunidade passar. Então me formei na Pós-Graduação de Negócios e Marketing de Luxo Contemporâneo e estou indo para o quarto semestre da graduação de Jornalismo. Talvez eu goste mesmo de estudar já que todas as minhas formações não precisa de uma formação oficialmente para se estar em um trabalho na área.


Enfim, esse ano juntei mais alguns diplomas na gaveta como Jornalismo de Moda com a Harper`s Bazaar, fiz também na Belas Artes dois cursos, o primeiro foi de Fotografia de Moda onde pude conhecer profissionais maravilhosos e o segundo foi o curso de Editorial de Moda, igualmente bom como professor Vanilson. Talvez eu faça um post aqui só sobre os cursos de moda que fiz, acho que renderia um conteúdo interessante.

Provavelmente esqueci alguns cursos e formações nessa lista, mas tudo bem, qualquer coisa adiciono um comentário. E para terminar, acabei de receber um e-mail em reposta de uma professora de costura, quem sabe eu não tire minha máquina de costura do pó e comece a criar meus próprios modelitos? Isso só saberemos nos próximos capítulos.


PS: estou procurando um professor de chinês também. Infelizmente cometi uma gafe com o meu professor asiático, percebi que toda vez que eu entrava na aula eu soltava o meu mineirês com um “Opa” e por mais que a minha expressão fosse mais um “ah, agora essa câmera ligou, podemos começar”, para ele, que não falava português, soava mais como uma garota maluca com asiáticos e que chama qualquer cara com traços orientais de “oppa” bem no estilo koreabbo doida. Depois que percebi isso, nunca mais consegui voltar pras nossas aulas.

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